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1.
São Paulo; s.n; 2024. 142 p.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-1531558

RESUMO

Este estudo se dedica a pensar os efeitos do racismo e da racialidade enquanto elementos estruturantes do mundo em que vivemos e da saúde sexual e reprodutiva de mulheres negras, seus projetos de vida e exercício de parentalidade. Por meio de uma perspectiva sobre a impossibilidade da justiça, considerando a necessidade de destruição do Mundo como o conhecemos, e iluminando (com luz negra) a perversidade que não é uma falha mas é a característica mesma do projeto racial que está na base das formações sociais modernas, este trabalho dá centralidade à potência dos emaranhados sociais e da coletividade na produção de estratégias de continuidade da vida, dialogando com as noções de rede e sobrevivência coletiva. Seu objetivo é entender os sentidos e práticas das redes de apoio de mulheres racializadas durante o ciclo gravídico puerperal e no exercício de cuidado à prole em contexto de vulnerabilização. Este é um estudo qualitativo de caráter analítico- exploratório cujas fontes de dados foram produções da literatura científica, registros em diário de campo e discursos das mulheres participantes. Os instrumentos da pesquisa foram uma roda de conversa e duas entrevistas individuais de mulheres mães pretas e periféricas; e a análise elaborada a partir da metodologia episódica proposta por Grada Kilomba. Esta autora encontrou nas narrativas de histórias pessoais de mulheres negras, episódios de suas vidas, a possibilidade de reconstruir e recuperar percepções e definições próprias dos sujeitos que as experenciaram e as têm como própria realidade. Os resultados construídos revelam que os sentidos e práticas das redes de apoio das mulheres-mães negras periféricas envolvidas nesse estudo são múltiplos e ambíguos. Ao mesmo tempo em que possibilitam a emancipação da mulher ao papel da mãe que se dedica integralmente aos filhos em detrimento de seus desejos individuais descolados da maternagem, são também moduladores de sua maternagem e reprodutores da opressão imposta por esse modelo socialmente consolidado. O cenário é complexo, há disputas de gênero, poder institucionalizado, mecanismo de manutenção da visão do outro racial como identidade e referência, jogos de poder e conflito geracional, interesses próprios, alianças consanguíneas, relações por aliança, abandono, vida, vitórias, acolhimento, esperança, acordos, negociações, uma miríade de elementos que sustentam a existência destes sujeitos. Suas maternagens são especialmente atravessadas por eventos críticos, mortes materiais e simbólicas, que tornam seu sofrimento cotidiano e determinam que ressignifiquem sua existência diariamente, à medida em que compartilham o cuidado de seus filhos com seus pares.


This study is dedicated to thinking about the effects of racism and raciality as structuring elements of the world we live in as well as of black women's sexual and reproductive health, their life projects and parenting. Through a perspective on the impossibility of justice, considering the need to destroy the world as we know it, and by shedding (black) light on the perversity that is not a failure but the very characteristic of the racial project that underpins modern social formations, this work focuses on the power of social entanglements and collectivity in the production of strategies for the continuity of life, engaging with the notions of networks and collective survival. It aims to understand the meanings and practices of racialized women's support networks during the pregnancy-puerperium cycle and when caring for their offspring in a context of vulnerability. This is a qualitative study of an analytical-exploratory type and its data sources were scientific literature, field diary entries and the speeches of the participating women. The research instruments were a conversation circle and two individual interviews with black women who are mothers from a peripheral region, and the analysis was based on the episodic methodology proposed by Grada Kilomba. This author found in the narratives of black women's personal stories, episodes from their lives, the possibility of reconstructing and retrieving the perceptions and definitions of the subjects who experienced them and have them as their own reality. The results show that the meanings and practices of support networks of the black women who are mothers in the periphery and were involved in this study are multiple and ambiguous. At the same time as they make it possible for women to emancipate themselves from the role of mothers who dedicate themselves entirely to their children, in detriment to their individual desires detached from mothering, they are also modulators of their mothering and reproducers of the oppression imposed by this socially consolidated model. The scenario is complex, there are gender disputes, institutionalized power, a mechanism for maintaining the view of the racial other as an identity and reference, power games and generational conflict, self-interest, consanguineous alliances, alliance relations, abandonment, life, victories, acceptance, hope, agreements, negotiations, a myriad of elements that sustain the existence of these subjects. Their mothering is especially crossed by critical events, material and symbolic deaths, which make their suffering a daily occurrence and determine that they resignify their existence on a regular basis, as they share the care of their children with their peers.


Assuntos
Humanos , Feminino , Apoio Social , Grupos Raciais , Saúde Reprodutiva , Comportamento Materno , Relações Mãe-Filho , População Negra
2.
BIS, Bol. Inst. Saúde (Impr.) ; 22(2): 15-28, 2021.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-ISPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1399560

RESUMO

O estudo discute elementos relacionados à atenção básica e mortalidade materna entre mulheres negras, passíveis de intervenção em saúde coletiva pelos representantes públicos, gestores e profissionais de saúde. A abordagem quanti-qualitativa, de cunho descritivo, realizada em 2019, avalia as (des)informações sobre variáveis da assistência pré-natal a partir de dados obtidos de relatórios de investigação de óbitos maternos ocorridos entre 2008 e 2018 no município de Franco da Rocha-SP. Foram analisados 13 relatórios; os dados produzidos pela pesquisa documental foram organizados por modalidade temática e interpretados à luz da literatura que versa sobre direitos sexuais e reprodutivos. A pesquisa reafirma que as condições biopsicossociais e de cuidado em saúde sexual e reprodutiva vivenciadas por mulheres negras no município em questão são desfavoráveis, contribuindo para desfechos fatais, mas aponta-se como estratégia de mudança a promoção da completude dos dados e informações sobre mortalidade materna. Pondera-se ser necessário a retomada de diálogos e de ações sobre a qualificação das práticas em saúde, assim como sobre o reconhecimento e superação do racismo estrutural, das interseccionalidades que influem na atenção ao pré-natal, parto e puerpério de mulheres negras.


Assuntos
Mortalidade Materna , Saúde Pública , Grupos Raciais , Cor
3.
Psicol. soc. (Online) ; 33: e235676, 2021.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1346836

RESUMO

Resumo Profissionais que atuam em hospitais/maternidades enfrentam muitos desafios no atendimento a mulheres que estão vivenciando óbitos fetais, isso porque o habitual nesses locais é lidar com nascimento e vida. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi compreender a perspectiva de profissionais de saúde sobre o parto e o pós-parto de mulheres com diagnóstico de óbito fetal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa orientada pela perspectiva construcionista; foram realizadas entrevistas semidirigidas com profissionais que atuam em um hospital/maternidade do estado de São Paulo. A análise discursiva indicou que as/os profissionais de saúde se identificam com o luto das mulheres e das famílias, mas não conseguem se aproximar delas e oferecer intervenções terapêuticas para além da medicalização. Desse modo, é fundamental investir na formação profissional para lidar com a morte, nos cursos de graduação em saúde e nos de educação continuada, nas maternidades e casas de parto.


Resumen Los profesionales que trabajan en hospitales / maternidades enfrentan muchos desafíos en el cuidado de mujeres que están sufriendo muerte fetal, porque lo que se acostumbra en estos lugares es lidiar con el nacimiento y la vida. En este contexto, el objetivo de este estudio fue comprender la perspectiva de los profesionales de la salud sobre el parto y el puerperio de las mujeres diagnosticadas de muerte fetal. Es una investigación cualitativa guiada por la perspectiva construccionista, se realizaron entrevistas semiestructuradas a profesionales que laboran en un hospital / maternidad del estado de São Paulo. El análisis discursivo indicó que los profesionales de la salud se identifican con el duelo de las mujeres y las familias, pero son incapaces de acercarse a ellas y ofrecer intervenciones terapéuticas más allá de la medicalización. Por ello, es fundamental invertir en formación profesional para afrontar la muerte, en cursos de pregrado en salud y en educación continua, en maternidades y centros de nacimientos.


Abstract Professionals working in maternity hospitals face many challenges in the care of women who are experiencing fetal deaths, because the usual in these places is to deal with birth and life. In this context, the aim of this study was to understand the perspective of health professionals about the labor and postpartum of the women diagnosed with fetal death. This is a qualitative research guided by the constructionist perspective; semi-directed interviews were conducted with professionals working in a maternity hospital in the state of São Paulo. The discursive analysis indicated that health professionals understand the mourning of the women and families, but cannot approach them and offer therapeutic interventions beyond medicalization. This way, it is essential to invest in training actions to deal with death, in undergraduate health courses and in those of continuing education in maternity hospitals and birth centers.


Assuntos
Luto , Pessoal de Saúde , Parto , Natimorto/psicologia , Morte Fetal , Morte , Pesquisa Qualitativa , Período Pós-Parto , Capacitação Profissional
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